segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aroeira Preta



Nome científico: Lithraea brasiliensis
Família: Anacardiaceae

   A pedidos... Essa é a aroeira preta, para poderem diferenciar da aroeira vermelha.
   A característica mais fácil para a diferenciação é a cor do fruto, mas como o período de frutificação acontece só em uma época do ano, outra característica é a disposição das folhas.
   Por mais que a aroeira preta cause alergia em nós humanos, mesmo assim ela tem sua importância para a biodiversidade, assim não é preciso exterminá-la de nossas vidas! Portanto, tomem cuidado ao tocá-la, mas deixem-na viver, ela não anda e não ataca ninguém!!!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Aroeira Vermelha


Nome científico: Schinus terebinthifolius
Família: Anacardiaceae

   A aroeira vermelha também é uma planta famosa no Campeche. Os antigos apreciam sua presença nos quintais por atrair as aves, pois seus frutinhos vermelhos servem de alimento para elas.
   Mas não são só os passarinhos que apreciam os frutinhos da aroeira, eles são também utilizados na culinária de vários países, como a Tailândia, como tempero. Pode-se inclusive comprá-los em mercados, como pimenta rosa. E é caro! Quem diria, o que muitos achavam que era veneno, é tempero! E dos bons! Tem um gosto adocicado e levemente picante.
   Os antigos ainda usavam a casca da aroeira para tingir as redes de pesca.
   Mas deve-se ter cuidado para não confundí-la com a aroeira preta (Lithraea brasiliensis), que causa uma reação alérgica na pele que é como uma queimação... Os antigos dizem que ao passar pela aroeia é preciso dizer "bom dia, boa tarde", e que a aroeira vermelha respeita, mas que a preta não há "bom dia, boa tarde" que dê conta. E isso faz sentido mesmo, enquanto a aroeira vermelha só afeta algumas pessoas que desenvolvem reações alérgicas a ela, a aroeira preta afeta boa parte das pessoas que mexem com ela.
   A aroeira vermelha cresce rápido e é bem forte, por isso é plantada em vários locais, inclusive estacionamentos. Mas ela libera uma seiva cheirosa e muito grudenta, que quando cai na roupa, nos cabelos, e nos carros, não há quem consiga desgrudar! Por isso, não é uma planta ideal para estacionamentos, ou para fazer sombra para varais. Mas dá uma sombra ótima e atrai os passarinhos, por isso é mais uma das árvores indispensáveis para um quintal ecologicamente equilibrado no Campeche, e em toda Florianópolis.



segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Araçá



Nome científico: Psidium cattleianum
Família: Myrtaceae

   O araçá foi escolhido como a primeira planta a ser divulgada pelo Projeto Plantas do Campeche porque foi a mais citada nas entrevistas realizadas com o moradores nativos. Todos os entrevistados, sem excessão, falaram sobre o araçá, mostrando a importância dessa planta na região.
   Para quem não conhece, o araçá é bem parecido com a goiabeira, tem o mesmo tipo de tronco liso e o mesmo porte. Mas suas folhas são lisas e tem uma pontinha, e o seu fruto é menor, mas não menos gostoso, que a goiaba.
   Em alguns lugares aparece como um arbusto, principalmente mais perto da praia, mas em outros lugares chega a atingir até 6 metros de altura.
   Floresce geralmente de julho a dezembro, dando frutos de setembro a março.
   Além do fruto comestível, a madeira do araçá é bastante resistente, sendo usada para fazer cabos de enxada e outras ferramentas, e quando seca é usada como lenha.
   Atualmente no Campeche existem dois tipos de araçá, o nativo (ou amarelo) e o de enxerto (ou roxo), que é comprado em floriculturas e plantado nos quintais.
   O nativo também é preservado nos quintais, e podia ser mais ainda! Fazer um mudinha de araçá é bem simples, é só pegar o frutinho quando estiver maduro, abrir, separar as sementes e plantá-las em qualquer recipiente que tiver disponível. Elas demoram um pouco para crescer, mas vale a pena esperar um pouco para ter uma ávore frutífera nativa, bonita e com frutos deliciosos, em seu quintal!!!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

A Restinga


     O termo restinga é utilizado para designar um conjunto de ecossistemas costeiros que se desenvolvem em terrenos arenosos.
     Sabe aquela vegetação que se vê na beira da praia e sobre as dunas? Essa é a restinga!
     Além da praia e das dunas, antigamente a restinga ocupava boa parte das áreas planas da Ilha também, e ainda podemos ver resquícios dessa vegetação nos terrenos sem construção.
     A restinga é muito diversificada, e ao contrário do que muitos pensam, não é composta somente por plantas rasteiras. Caminhando da beira da praia para o interior, a vegetação da restinga vai crescendo cada vez mais. Infelizmente boa parte do que havia de restinga arbórea antigamente, hoje em dia deu lugar a casas, ruas, e até mesmo prédios...
     As plantas que crescem na restinga são muito guerreiras! Pois possuem adaptações que as permitem viver em um ambiente com uma série de dificuldades: vento, salinidade, soterramentos, pouca água, muita luz... E além disso são elas que fixam e protegem as dunas.
     Prestem atenção na restinga e vejam como ela é linda! Quantas plantas diferentes que formam essa vegetação à beira mar, o cheiro gostoso que exala das trilhas de acesso à praia, e o verde brilhante que salta aos olhos nos dias ensolarados!
     Reparem também no "mato" que cresce nos terrenos, como também é composto por várias plantas diferentes. Algumas pessoas quando vão construir suas casas preservam as plantas do terreno, e formam verdadeiros jardins naturais, e o que é melhor ainda, nem precisam gastar muito tempo com cuidados, pois as plantas já são adaptadas ao clima da região.
     Imaginem se em nosso bairro nós, seres humanos, e o ambiente natural, com tudo de bom que ele tráz para a gente, pudéssemos conviver em harmonia!
     É possível! Se cada um fizer a sua parte e valorizar o que temos de melhor!!!

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O Povo do Campeche


A partir de 1748, a Ilha de Santa Catarina foi povoada por imigrantes vindos das Ilhas de Açores e Madeira. Ao chegarem na Ilha, estes imigrantes distribuiram-se em freguesias (pequenos povoados, com casas e sítios). O Campeche foi povoado um pouco depois, no início do século XIX, quando alfumas famílias das Freguesias do Ribeirão da Ilha e da Lagoa da Conceição estabeleceram-se na área que hoje forma o Distrito.
Segundo os antigos, o nome Campeche só surgiu a partir da chegada da aviação francesa, que construiu na região um campo de aviação, como parte da importante rota do correio entre a França e a Argentina. Antes, os nomes dados às diferentes partes da região eram Pontal, Mato de Dentro, Campina, Fazenda do Rio Tavares e Rio Tavares.
As poucas famílias que viviam na região praticavam a agricultura, basicamente para subsistência, e a pesca, como a pesca da tainha, até hoje realizada de forma totalmente artesanal. Os principais produtos cultivados na região eram a melancia, a mandioca, o feijão e o café. A mandioca era usada para a produção de farinha nos engenhos que distribuiam-se pela região.
Os moradores antigos que residem até hoje na região lembram desses tempos com saudades, mas também relatam que era um tempo de muita dificuldade, pois não havia as comodidades da vida urbana, como a luz, a água encanada, transporte público, postos de saúde... Mas em compensação as crianças andavam livres por todos os cantos, não havia violência, os terrenos eram grandes, cheios de árvores frutíferas...
E fica a questão: como fazer para conciliar as comodidades da vida moderna com os prazeres da vida antiga?

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Projeto Plantas do Campeche

O Projeto Plantas do Campeche surgiu vinculado à pesquisas realizadas na região por integrantes do Laboratório de Ecologia Humana e Etnobotânica da Universidade Federal de Santa Catarina.
O interesse que gerou tais pesquisas veio da observação da relação entre as mudanças no ambiente e no modo de vida das pessoas decorrentes do processo de urbanização.  
Assim como em várias partes do litoral brasileiro, na Ilha de Santa Catarina antigas comunidades rurais vem se transformando em áreas de expansão urbana, é o que vemos acontecer no Campeche.
Antes da chegada das ruas, carros, supermercados, as plantas eram parte ativa da vida das pessoas. Era necessário conhecê-las para poder obter produtos necessários, como a madeira para construção, fibras para confecção de tecidos e cordas, alimentos, etc. Hoje em dia é mais fácil conseguir aquilo que precisamos, mas em compensação acabamos perdendo a ligação direta com o ambiente, e os conhecimentos construidos no passado correm o risco de se perderem no tempo.
Para isso criamos esse local de trocas, onde a cada semana postaremos uma novidade sobre as plantas que os antigos conhecem, para que todos possam conhecer, e para que elas passem a fazer parte de nossas vidas também.
ACESSEM, PARTICIPEM, COMENTEM!!!